quarta-feira, 21 de março de 2012

O DESABAFO

Falo-te do túmulo. Escavado na rocha, onde só se vai e vê com tocha... Acesa em desespero, impregnada no tempero do ódio. As paredes, são bicarbonato de sódio! Falo-te do além... Onde nada há, nem sombras de ti também, por isso regresso à vida, através da rocha, e pego emprestado o fogo da tocha para te tocar... Não espero amor, sorriso ou que te sintas melhor não quero sequer mostrar-me, sou a cara do pavor! Falo-te das portas entre a morte e a vida e ando, com pés de pessoa crescida... Mas corpo de criança. E amo-te, por isso vim, com um rasgo de esperança. Não te tocarei. Falo-te como ar, com medo de me deslocar. Que a tua mão me afaste! Falo-te do que sofro, falo-te da haste onde o meu corpo foi pregado... E conto, como por ti morro. E de repente regresso. Falo-te de sonho... Do que éramos no começo.

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